Acusado de arrastar, agredir e tentar estuprar mulher em parque ambiental é condenado a sete anos de prisão no AC
11/06/2025
(Foto: Reprodução) Julgamento de Guilherme Silva da Cruz, de 23 anos, ocorreu na noite desta terça-feira (10). Ele deve cumprir pena em regime inicialmente fechado. Crime aconteceu em janeiro deste ano. Guilherme Silva da Cruz segue preso no Complexo Prisional de Rio Branco
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Guilherme Silva da Cruz, de 23 anos, acusado de arrastar, agredir e tentar estuprar uma mulher de 46 anos dentro do Horto Florestal na capital acreana, em janeiro deste ano, foi condenado a sete anos de prisão, em regime inicialmente fechado, pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco. Ao analisar os fatos, a juíza Isabelle Sacramento assinou a sentença na noite desta terça-feira (10).
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Segundo o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), ao proferir a sentença, a magistrada considerou diversos elementos, entre eles os depoimentos das testemunhas e o exame de corpo de delito, que confirmou a ocorrência de violência física severa contra a vítima.
“Conforme descrito no referido laudo pericial, a ofendida apresentava hematomas e equimose na região frontal, além de múltiplas escoriações nas regiões malar, bucinadora, torácica e escapular. Havia ainda escoriações lineares em ambos os braços e antebraços, marcas de esganadura na região cervical, equimoses bilaterais nos cotovelos e escoriações no joelho esquerdo", descreve a sentença.
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Ainda de acordo com a decisão, tais lesões são compatíveis com a dinâmica narrada pela vítima, sobretudo no que se refere à tentativa de contenção física, arrasto e estrangulamento, elementos que reforçam a tese acusatória e afastam a versão defensiva de uma simples tentativa de roubo, como ele havia afirmado.
Segundo ela, “a subtração do aparelho ocorreu apenas após a vítima perder a consciência, e não no momento inicial da abordagem, o que evidencia que o verdadeiro intuito era a prática do crime sexual”.
Para a juíza, as provas produzidas permitem concluir que o réu tentou estuprar a mulher usando violência física intensa e grave ameaça, sendo interrompido não por arrependimento ou desistência voluntária, mas por outras circunstâncias.
Diante disso, a juíza condenou o homem a sete anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, considerando sua condição de reincidente.
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Vítima foi atacada
O crime ocorreu na manhã de 11 de janeiro. A mulher caminhava em uma trilha do Horto Florestal com o animal de estimação quando foi atacada pelo acusado.
Segundo ela relatou à polícia, o homem a seguiu fingindo mexer no celular até ficar em uma área sozinho com ela. A mulher disse que o acusado a asfixiou, inicialmente com as duas mãos em seu pescoço, e a levou para um matagal que fica ao redor da trilha.
Ao despertar, a vítima percebeu que estava com a bolsa enrolada no pescoço e o acusado havia fugido. Ela conseguiu sair do igarapé e pedir socorro ao vigilante e um homem que passava próximo do local e a Polícia Militar foi acionada.
A mulher sofreu ferimentos no rosto, pescoço, tórax, braços barriga, costas e pernas. Ao ser ouvido na delegacia, Guilherme da Cruz afirmou ser praticante de umbanda e que havia participado de um 'ritual' na noite anterior.
No dia 15 de janeiro, a Federação das Religiões de Matriz Africana do Acre (Feremaac) divulgou uma nota de esclarecimento negando a realização do ritual descrito pelo acusado em depoimento e confirmando que Guilherme não participa de nenhum tempo de religião matriz africana.
Flagrado por câmeras
Calça que acusado usava no momento do crime foi encontrada pela polícia
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Câmeras de segurança do local registraram Guilherme da Cruz dentro do parque com uma calça vermelha, a mesma descrita pela vítima e algumas testemunhas. Na área de mata para onde a mulher foi levada também foi encontrado um brinco e a bolsa dela às margens do igarapé.
Ele confirmou que havia estado na trilha do Horto Florestal no dia do crime, mas alegou que não se recordava do que havia ocorrido e 'acreditava ter sido “possuído” e somente deixou de assim estar quando chegou ao Centro Espírita'.
Também após o crime, a Prefeitura de Rio Branco publicou uma nota se colocando à disposição para prestar toda a assistência necessária à vítima.
Na época, o prefeito em exercício da capital acreana, Alysson Bestene (PP), anunciou reforço no monitoramento nas trilhas e um convênio maior com a Polícia Militar. Medidas já haviam sido tomadas anteriormente para garantir a segurança de quem passeia pelo parque, segundo ele.
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Réu
O acusado passou por audiência de custódia na manhã de 12 de janeiro e foi liberado. Um dia após ser solto, a Justiça expediu um mandado de prisão e mandou prender Guilherme. Policiais militares encontraram o acusado em casa, no bairro Tancredo Neves e cumpriram o mandado judicial. Ele não reagiu.
No dia 3 de fevereiro, Guilherme que já estava preso no Complexo Prisional de Rio Branco desde o dia 13 de janeiro, se tornou réu pela tentativa de estupro em janeiro. Ele, inclusive, também é acusado de tentar abusar de uma mulher próximo ao Horto Florestal anteriormente.
VÍDEOS: g1